A Grande Volta da Pampulha
Uma ocasião, num churrasco da pelada no sítio do Cabé, depois de numerosas branquinhas ingeridas com muito gosto, (para riba, para bajo, para centro para dientro) e dezenas de louras geladas descendo redondas, contadores de causos se reuniram para tirar a limpo quem era o melhor.
Antonio Augusto e Adilson, de Itamarandiba, Caixa d'água, representando Belo Horizonte, Marcio Paulada Fernandes, da velha Diamantina, Marcos Morais, famoso Marcão, do Rio Pomba, Raul Guimarães (tio da Maria Silvia), filho da Cidade de Mateus Leme, e o mais graduado de todos, o Comendador Onésimo, da folclórica Cordisburgo.
Na platéia, se divertiam os demais presentes, Antonio Castilho, Celso, Ringo, Wagner, Willian, Idalmo, Eduardo Penna, Marcelo Chico e os outros convidados e convidadas.
Ali estava reunida a fina flor dos narradores de acontecimentos inéditos, passagens insólitas e lorotas sinceras das Minas Gerais.
Caixa-d'água, sobrinho do comandante, considerado o "hours concours" do lero-lero, deu início a sucessão de conversas para o marido da vaca adormecer:
"Eu vou ensinar a vocês, como invadir um galinheiro e roubar as galinhas sem causar alarde e sem ser flagrado pelo proprietário das penosas. Impunidade garantida.
O segredo é esperar que as referidas galinhas peguem no sono no poleiro. Quando estiverem em estágio alfa (...), basta aproximar uma vassoura e cutucar com suavidade o pé da galinácea. Ela mansamente subirá no cabo e irá tranqüila pra onde você a levar, sem "cocoricós" denunciadores. Já fiz muita galinhada com esta técnica. É infalível.
Já para roubar um cabritinho, você o encara, olho no olho, e dá uma cuspida no focinho do animalzinho. Ele ficará paralisado e você poderá portá-lo pra onde quiser, sem "bés" de pedido de socorro, chamando a mamãe cabra."